Tempo ao Tempo...




                 A mente complexa do Cidadão do Reino começa a ser analisada, o exame das motivações por trás de cada verso, a real essência daquilo que era seu desejo transmitir aos seus guerreiros. Um ponto interessante é que para caminhar nesta busca por decifrar este entendimento, é necessária uma profunda observação. O Objeto de análise é ao mesmo tempo o caminho para a descoberta e por fim o conhecimento. 

               O Imediatismo citado vem trazer uma reflexão acerca do tempo, será que ele passa rápido sozinho ou o aceleramos?  Quando ele diz que esta forma de observar a vida revoga a observação do todo, está a tratar sobre a pressa que temos em fazer as coisas acontecerem e debaixo destas características, acabamos deixando de lado importantíssimos detalhes, logo, a atividade final estará incompleta, não teremos elementos suficientes para formar um juízo sobre o objeto de nossas observações. Os reflexos deste fenômeno sobre os resultados que obtemos nos faz pensar, na maioria das vezes não percebe-se nem mesmo as pessoas mais próximas, numa vontade incontrolável de se comunicar com mais rapidez, aproximamos por meio da tecnologia os que estão distantes, mas, na mesma velocidade distanciamos os que estão perto. Os aniversários e demais datas comemorativas são lembradas por meio de aplicativo, os agradecimentos e felicitações são reproduzidas em modelo padrão, sem ao menos se considerar a especialidade de alguém que dizemos amar. 
          
           Quanto tempo você levaria para escrever um livro? Mesmo assim acharia que ele está completo? Pensaria em ficar escrevendo um tempo a mais para aprofundar melhor suas observações sobre o assunto? O Combatente é homem  experiente e em sua memória está registrado um fato interessante, um velho amigo que em sua juventude deu a lição sobre o tempo e é ele quem nos conta.

                "Quando me preparava para ingressar nas forças armadas do meu País, conheci um amigo que me ensinou muito sobre o tempo. Na época a burocracia era intensa, diante de tantas questões governamentais eu me via em uma vida extremamente agitada, principalmente em meus pensamentos. Um determinado dia estávamos conversando sobre o processo de ingresso e falávamos de nossas experiências na preparação, o quanto era exigido. Assim que ingressamos, o serviço foi ficando pesado e a noção de tempo que tínhamos  já não era suficiente diante de nossas responsabilidades, a semana iniciava e logo me batia o anseio para que ela terminasse logo, nos exercícios de minhas atribuições, ficava também o desejo para finalizá-las, todos os meus pensamentos giravam em torno do fim imediato de tudo que me custava algum esforço, até que um dia, em uma nova conversa com meu amigo, expliquei como andavam os meus pensamentos, obcecados por um imediatismo que mais tarde descobri ser totalmente inútil. Ele ao ouvir meus relatos me disse algo simples porém marcante: Meu caro amigo, você não parece desejar viver enquanto anseia tanto que tudo acabe logo, isso não é vida, é mera sobrevivência. Ao final citou um ensinamento ainda hoje muito difundido, há tempo para tudo debaixo do céu. Foi assim que percebi a minha necessidade de pausa, de viver a vida contemplativamente, com intensidade e propósito".

                    
                    O Imediatismo revoga a observação do todo; foi assim que nosso combatente andou pensando, só temos o agora para fazer qualquer coisa, ontem passou e não permite alterações, amanhã não chegou e só autoriza meros planos que podem ser modificados por qualquer imprevisto, nesse pensamento, viva intensamente o agora, com sabedoria, não de forma irresponsável, por mais que o futuro não permita ser tocado, quando ele chegar receberá reflexos do agora, alguns muitas vezes irreversíveis. Por fim, esteja atento a tudo, acredite que será assim a busca por soluções para inúmeras mazelas sociais, existem problemas que antes de uma solução esperam tão somente uma observação atenta de alguém que deseje mudar a realidade e que tenha anseio por impactar positivamente o futuro. No passado, no presente ou no futuro, em qualquer tempo, somos protagonistas de nossas histórias e não podemos delegar esta competência a nenhum ser, nem mesmo Deus assume esta responsabilidade por você, pare, pense, entre em rota de progressão em felicidade, faça esse momento valer a pena a ponto de desejar que ele nunca tenha fim. 

                 Abraço!! 
  

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