Olá amigos, apresento a continuação da emocionante história da Clara Mallmann, uma experiência no Jardim. Que vocês possam ser profundamente edificados por mais um texto de Manoel Oliveira. Um Abraço.
(Clara) - Não quero errar. (Resmunguei)
(Deus) - Ah, Clara, os erros fazem parte da vida e EU
trabalho meus propósitos neles também.
Bom, naquele dia eu me sentia tranquila e bem comigo mesma, mas
havia algo no ar, um sentimento de receio talvez...
(Clara) - Eu não quero errar, não quero que VOCÊ se
decepcione comigo.
(Deus) - Filha, você vai errar. Todo mundo erra, mas agora
você aprenderá a reconhecer melhor a minha voz á medida que nosso
relacionamento for crescendo. Quero te apresentar alguém e será ele que te
ajudará nesse processo.
(Clara) - Alguém?
(Deus) - Um amigo. Ele te fará entender que não é porque você
errou que tudo está perdido. Você vai errar as vezes, mas precisa saber o que
fazer depois. Ele te ajudará a entender você mesma, o seu próprio agir, os seus
pensamentos. Ele te ensinará a reconhecer a minha voz, ele te guiará e dirá o
que você deverá ou não fazer. Ele lembrará você de todas as coisas que já ouviu
sobre mim. Vamos?
Na minha frente havia um lugar plano, tão plano que dava para
ver o horizonte sem dificuldade nenhuma. A grama estava bem verdinha, o verde
brilhava mesmo e havia várias flores pelo caminho também. De longe eu reparei
que tinha alguém abaixado no meio dos arbustos.
(Deus) - Tudo bem por aqui? ELE perguntou.
(Espírito Santo) - Sim. Estou fazendo alguns reparos no
jardim. Respondeu o outro homem.
(Deus) - Eu quero que você conheça alguém. Essa é Clara, já
falamos sobre ela, eu preciso que vocês se conheçam melhor.
Eu dei um sorriso meio desconcertado e em seguida ELE saiu e
me deixou ali com aquele homem que eu nem sabia direito quem era.
(Espírito Santo) - Clara, você pode me passar aquela
ferramenta?
(Clara) - Sim, claro.
Era uma espécie de pá, mas bem menor, de jardineiro mesmo.
(Clara) - O que você está fazendo?
(Espírito Santo) - Estou concertando essas mudinhas e depois
vou plantá-las e elas darão bons frutos.
(Clara) - Você que cuida do jardim?
(Espírito Santo) - Também. Eu podo as árvores e ajudo para
que elas produzam bons frutos, arranco as ervas daninhas das flores, cuido para
que a grama esteja sempre verdinha, rego as plantas e cuido para que nada as
façam apodrecer e cair.
(Clara) - Lá na minha cidade tem umas praças com alguns
jardins e eu gosto de ficar admirando cada flor, as gotas de orvalho.
(Espírito Santo) - As gotas de orvalho são muito importantes,
sabia? Pequenas gotas de água que fluem e ajudam a manter a vida. Você pode me
ajudar?
(Clara) - Eu não sei muito bem.
(Espírito Santo) - Não tem problema, eu te ensino o que você
precisar saber.
Eu confiei nele de pronto. Havia algo naquele ser que me
cativava mesmo. Sua voz era suave e me dava uma sensação quentinha no coração.
Passamos algum tempo ali podando árvores, arrancando raízes, organizando
flores, retirando algumas ervas daninhas...Eu estava cansada já.
(Espírito Santo) - Legal né? Estou bem satisfeito.
(Clara) - Só limpamos o jardim. Como pode está tão
empolgado? Você deve fazer isso todos os
dias.
(Espírito Santo) - Clara, não é o trabalho e sim o propósito
que o torna empolgante.
(Clara) - Eu não entendo. Você precisa cuidar disso tudo
todos os dias. Entendo que Deus criou as flores que são lindas, as boas
árvores, mas e as ervas daninhas? E essas pragas que atacam as plantas? Qual o
propósito dEle criar plantas venenosas e bichinhos chatos que destroem tudo?
(Espírito Santo) - Segure.
Ele me oferecia uma plantinha que eu conhecia muito bem. Na
minha cidade eu chamava aquilo de urtiga e não era nada boa.
(Espírito Santo) - Segure. Clara, eu estou aqui. Tudo bem.
Pode pegar.
Tive receio porque eu conhecia aquela erva daninha. Quando
criança, sem saber peguei nela e ela queimou minha pele, fez aparecer várias
bolhinhas vermelhas e ardia muito. Lembro que entrei para casa chorando e mamãe
teve que passar álcool no local. Mas eu aceitei. Segurei sua raiz e pra minha
surpresa minha alergia não foi ativada.
(Clara) - Se você não tivesse me dito que era seguro tocar, ela
teria me feito empolar?
(Espírito Santo) - Com certeza. Mas se eu der para você
tocar, é diferente.
(Clara) - Viu? Então para que cria plantas más?
(Espírito Santo) - Você se apressam em dizer o que é bom ou
ruim sem saber dos fatos. Muitas plantas supostamente más, como esta, contém
substância para curar se misturadas com outras.
(Clara) - Ah, tipo as cobras. Elas tem veneno que pode matar
um ser humano, mas o mesmo veneno é retirado para fazer o antídoto.
(Espírito Santo) - Exato! Para deixar esse jardim assim como
você está vendo, eu precisei arrancar raízes de ótimas plantas. Se as raízes
ficassem iriam prejudicar as sementes que ainda seriam plantadas.
Continuamos arrancando algumas raízes e depois de algum tempo
ouvi uma voz atrás de nós.
(Deus) - Você fez um bom trabalho.
Então ELE estava de volta.
(Deus) - Como foi o trabalho por aqui?
(Clara) - Não terminamos ainda. Tem muita bagunça pra
arrumar.
(Deus) - Não é de espantar que ainda esteja uma bagunça, Filha,
porque esse jardim é sua alma. Essa
confusão é você. Juntos, você e o Espírito Santo trabalharam com um propósito
no seu coração. Você viu como ele é. É um jardim muito bonito que apenas
precisa de reparos. Para você parece uma confusão, mas EU vejo um jardim
fértil, vivo.
Eu fiquei sem palavras, olhei para até onde meus olhos
conseguiam ver e vi um jardim ainda muito bagunçado mas ao mesmo tempo
lindo. ]
(Clara) - Então é isso? Meu novo amigo é o Espirito Santo?
(Deus) - Sim, é ele que te ajudará a cuidar do jardim. Ele
arrancará as raízes, as plantas venenosas e ervas daninhas. Você aprenderá
muito com ele e logo juntos colherão frutos. Você precisa entender que enquanto
eu cuido da sua vida, do seu futuro e de tudo mais que isso envolve, é ele que
cuida da parte de dentro. Ele que enfia a mão e arranca as raízes e firma as
flores e árvores em outro tipo de terra.
(Clara) - Você.
(Deus) - Sim, EU SOU. Tudo que você plantar em mim, florescerá.
Se você permitir o meu jardineiro irá cuidar de cada folha, cada flor, cada
grama do seu jardim e um dia comeremos seus frutos, apreciando o doce que eles têm
depois do árduo trabalho.
(Clara) - Deus, você me deixa sem palavras. Mas o que tudo
isso tem a ver com o começo da nossa conversa?
(Deus) - Clara, você não precisa ter medo de errar ou de me
decepcionar. Você precisa entender que o processo é longo e que ao longo desse
processo, precisa ter paciência.
Você não pode plantar uma semente hoje e esperar
que no dia seguinte ela já dê um broto. Não. Ao invés disso, você planta a
semente, rega, cuida e espera. Um dia quando você menos esperar verá as
primeiras folhas brotando. Agora vai, as raízes mortas estão sendo arrancadas
já, a semente nova foi plantada. Não esqueça de regar e colocar no sol para ela
germinar.
(Clara) - Tá bom ,mas me promete uma coisa? Eu vi que VOCÊ
tem muitos pássaros por aqui.
(Deus) - Sim, eu gosto especialmente de pássaros.
Ele sempre diz que gosta especialmente de tudo. Pensei comigo
mesma e sorri.
(Clara) - Você tem um viveiro aqui no jardim?
(Deus) - Você observa muito bem. No próximo encontro eu te
mostro alguns dos meus pássaros preferidos. Tudo bem?
(Clara) - Tá bom.
Abracei ELE e fui embora novamente. Naquele dia no jardim eu
entendi que meus erros não definem quem eu sou. Eu sou quem ELE diz que sou.
Minha função é aprender. Abri os olhos e depois de dias de seca, a chuva
finalmente havia chegado e trouxe um renovo para a praça em frente a minha
casa. Da janela eu vi que as coisas estavam começando a ficar verdes novamente,
logo estaria tudo florido e bonito de novo.
“Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor. Ele
retira de mim todo ramo que não produz uvas. Já o que produz ele poda para que
produza ainda mais. Vocês estão todos podados pela mensagem que comuniquei. Vivam
em mim. Venham morar em mim como eu moro em vocês... Eu sou a videira e vocês
os ramos. Quando vocês estiverem unidos a mim e eu a vocês, num relacionamento
íntimo e orgânico, não imaginam que colheita terão. Separados vocês não podem
produzir nada. Qualquer um que se separa de mim é um ramo morto que é apanhado
e queimado na fogueira... Lembrem-se: Vocês não me escolheram, Eu os escolhi e
lancei no mundo para produzir frutos que não estragarão...’’
JOÃO 15.1-16
VERSÃO A MENSAGEM.
Comentários
Postar um comentário