O Remédio e a Grande Descoberta



Nossa história começa Contryside Mines, pequena cidade no interior com pouco mais de 1000 habitantes. Um senhor de meia idade de nome de Jones, por volta dos 40 anos e com 4 filhos, engenheiro químico de formação atuante na indústria farmacêutica em um pequeno laboratório próximo a cidade. 

Uma vida tranquila, rotineira e até comum às pequenas cidades do interior. Dentro do seu coração, a paixão pela vida era enorme. Era o homem que consolava a todos da cidade com suas palavras afáveis, principalmente quando alguém perdia um parente. Sua vida era para a família e para as pessoas da cidade. Mas essa história mudaria em breve. 

Um homem vindo de terras longínquas trouxe algo novo e negativo para a pequena comunidade. Uma doença de nome “Hamartia” que levava todos os contagiados a morte rapidamente. Nem os filhos de Jones escaparam de pegar essa doença. Na verdade, na pequena cidade todos os habitantes foram contagiados por esta doença, exceto Jones e Joshua, seu filho mais velho. 

Aquele dedicado cientista correu para seu laboratório. Pesquisas e mais pesquisas, e nenhuma resposta encontrou para libertar seus amigos daquele mal. No meio de tudo isto, o pequeno Joshua começou a passar mal, e o seu pai Jones teve de examiná-lo. Por incrível que pareça, Joshua não estava com Hamartia, e melhor do que isto, seu Sangue era IMUNE a doença. 

Pronto, Jones tinha a cura para a humanidade. O sangue de Joshua produziria um soro incrível. Joshua e seu PAI então começam a fazer os testes. E nada funcionava, até que a filha de Jones, Victoria, a princesinha da casa, olhou para seu irmão Joshua e disse, “irmão, eu acredito em você e no seu sangue. Você e papai trabalharam tanto”. E por incrível que pareça, no dia seguinte Victoria estava saudável. O dedicado Jones colheu uma amostra de sangue da filha e levou para o laboratório, e descobriu algo surpreendente. O acreditar no irmão elevou os níveis de dopamina do sangue da menina. Ela realmente acreditou no poder do remédio feito a base do sangue de seu irmão, e foi curada da Hamartia. 

O problema agora era que a doença tinha se espalhado pelo mundo de forma endêmica. Muita gente estava morrendo por causa dela. Então, Jones, com muito amor e com comprovados resultados acontecidos em sua pequena cidade onde todos foram curados, começa a enviar seus filhos, agora já grandes, para levar o remédio para toda a humanidade. E lá foram eles, cheios do mesmo amor do PAI pelas pessoas. 

Mas, agora pelo mundo, os filhos começam a salvar as vidas de muitas pessoas, e até muitas das vezes se frustravam pelo fato de que algumas pessoas tomavam o remédio, mas não se curavam, simplesmente porque não ativavam o “crer” na capacidade do sangue de Joshua. Sim, isto era triste. Mas havia uma felicidade enorme quando pessoas eram curadas. Definitivamente, não seria a Hamartia que exterminaria o mundo. 

Porém, os 4 filhos de Jones não paravam mais na cidade. Countryside Mines se tornou apenas um lugar de visitas. A missão era tão intensa que eles íam lá apenas para buscar novas doses do remédio, e já não mais tinham tempo para seu agora velho pai. A missão era grande, muitas pessoas padeciam de Hamartia, e apenas aquela família tinha o poder de curar o mundo. Jones começou a sentir a falta dos filhos, e da mesma forma, os filhos começaram a sentir a falta do pai, pelos resultados e sucesso das missões. Eles estavam quebrados, machucados, doentes de outros males, sem forças, mas como eram os únicos que tinham a resposta para a doença, se dedicavam exaustivamente a ela. 

Você pode pensar, Martin, eles estão certos. E eu vou concordar parcialmente com você. Sim, eles não estão errados. Mas, abandonar o pai amoroso também não está. Eles eram jovens, necessitavam de afeto, de tratamento para suas doenças, de cuidados. Se dedicavam a cuidar dos outros, mas não se dedicavam a sí mesmos. Até que a pequena Victoria, agora uma jovem e bela mulher, contraiu outra doença, e foi forçada a deixar a missão. Voltou para casa, e acredito que agora você vai começar a me entender. 

Victoria foi tratada, curada e recebeu tudo que poderia receber de seu pai. Não, ela não deixou sua missão, ainda tinha muita gente infectada no mundo. Mas ela voltou a ter um prazer muito grande que ela tinha antes da chegada da Hamartia. Ela se sentou a mesa e ouvir o pai falar. Ela pode de novo disfrutar do prazer da companhia do pai, comer a comida dele, ser tratada por ele até ficar completamente curada. Enquanto os irmãos de Victoria continuavam a rotina, chegando a vezes de sequer dar um beijo no pai, pegavam o remédio e voltavam para a missão, Victoria não. Ela tirava um tempo para a mesa, buscava comunhão. 

Victoria sempre tirava momentos em seu dia para falar com o pai, mesmo no meio das árduas missões. Enquanto ela estava feliz, saudável e tranquila, seus irmãos passavam dificuldades. Faziam, faziam, mas as dores continuavam. O peso nas costas, o stress tomava conta deles a cada dia, até chegar ao ponto de tudo aquilo se tornar rotina, e nem a crença na cura mais havia neles. 

Até que um dia Victória, agora a gestora da organização da família chamou seus irmãos para uma reunião na Austrália, depois de uma campanha pela Oceania. Nesta reunião, Joe e Vanda, os outros dois irmãos que ainda não haviam sido apresentados, perguntam a ela do porquê de ela estar tão bem, enquanto os outros três estavam acabados. A resposta dela foi: “É exatamente este motivo que estamos aqui hoje. Nosso pai fez tudo o que fez para que a gente e toda a humanidade tivéssemos vida, e nós estamos perdendo a nossa não parando um pouco”. 

Victoria explicou aos irmãos que todos precisavam voltar para Countryside Mines. Joe respondeu, “sim, amanhã vamos lá buscar mais remédio”. Mas dessa vez, Victoria falou para os irmãos sobre o prazer da mesa do pai, que eles precisavam passar pelo mesmo processo. Mas, eles julgavam que não tinham tempo, pois estavam cumprindo exatamente a missão passada pelo pai. Victoria indagou que eles não mais conheciam o Pai, por causa da distância. Mas, enfim, os irmãos foram convencidos pela irmã caçula, e voltaram para casa. Todos passaram pelo mesmo tratamento. Receberam os mesmos remédios, o mesmo afeto, e agora aprenderam que apesar da missão, não havia nada mais prazeroso do que a mesa e as conversas ao pé do ouvido no abraço do pai. O agora velho Jones dizia aos filhos que apesar da missão, havia muito o que falar para eles. Como transmitir o amor pela vida se eles já não o tinham? 

Bonita história, não é verdade? Sabe por que o ultimo parágrafo é o fim da história de forma direta? Porque essa é a história de muitos cristãos. Nos envolvemos tanto em missões, em ganhar vidas, em amor pelas almas que esquecemos do amor do PAI por nós. Hamartia é o nome original da palavra PECADO, algo que lutamos contra todos os dias, e levamos o nome de JESUS para que as pessoas sejam curadas desse mal. 

 Mas, chega uma hora que a missão não nos cura, pois precisamos do abraço do PAI. Muitos de nós estamos buscando a DEUS pelo que ELE pode nos oferecer. E quando falo sobre essas coisas que ELE nos oferece, não estou falando de benefícios materiais, saúde ou coisas assim. Veja na história que contei que os filhos iam na casa do pai para buscar o remédio, para cumprir a missão. Não seria igual nós, ficando horas e horas buscando os dons e a presença de DEUS para cumprir nossa missão do IDE? 

Minha Bíblia diz em Jeremias 29.13, “Vós me buscareis e me encontrareis, quando me buscardes de todo coração.”. Tiago 4.8 “Achegai-vos a Deus, e Ele acolherá a todos vós...!” Esses dois textos nos mostram que mais do que nossa missão, nos é necessário tirar horas para nós mesmos com nosso PAI. Não estou negando a importância do nosso chamado, pelo contrário, estou dizendo que existe algo que é maior que nosso chamado. 

Pense comigo. Como podemos apresentar um PAI que não conhecemos? Como podemos apresentar um Salvador que ainda não nos salvou? Como podemos apresentar um amor sem tê-lo? Nós, ministros, missionários, discipuladores, pregadores, cantores, ainda somos homens e mulheres que precisam de um Salvador. Nós também precisamos ser curados. Como diz meu amigo Manoel Oliveira, precisamos tirar nossas armaduras e deixar que DEUS cure as feridas causadas por elas. Precisamos do afeto do PAI, das palavras ao pé do ouvido, dos conselhos. A comunhão à mesa não é uma opção, é uma necessidade. 

E na casa do PAI tem pão, tem alimento, tem prazer, tem tudo que precisamos. A casa do PAI é em qualquer lugar. É no lugar que você quer falar com ELE. Pode ser seu quarto, pode ser a igreja, o monte, desde que seu objetivo seja buscar a ELE. 

Alex Zurdo em sua poesia “Yo Creo” diz: “Eu não coloquei condições pra começar a te seguir, me bastou a cruz e tudo que ali fizeste por mim. Eu não te sigo pelo que podes me fazer, mas pelo que fizeste no Calvário e é nisto que eu vou crer. Acreditar em ti pelos benefícios isto me entristece. Eu quero meu MESTE não os pães e os peixes. Eu não te sigo porque me curou ou me prosperou, mas te sigo JESUS, porque me salvou.” 


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